Estigmatizado como uma bebida de festas de fim de ano, este vinhos deveriam ser consumidos incansavelmente por todo verão, sem cerimônias ou ocasiões específicas. O preço deve estar adequado a esta frequência e temos muita opções na faixa dos R$ 50,00. Quanto à procedência, também existem inúmeras opções. Mas, em primeiro plano, os espumantes brasileiros, no caso o Maximo Boschi brut Tradizionale 2011 (R$ 56,00, na Casa do Porto).
Hoje já é bem conhecido o potencial para produção de espumantes na região da Serra Gaúcha. Entre as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul está o Vale dos Vinhedos, onde está a primeira Denominação de Origem para vinhos brasileiros. A grande incidência de chuvas no fim do verão (época de colheita) dificulta o amadurecimento das variedades que possuem um ciclo muito longo de maturação dos frutos, como a Cabernet Sauvignon ou a Carmenère. Para os espumantes, ao contrário, a colheita das uvas é um pouco antecipada, entre janeiro e fevereiro, antes do período das chuvas; daí as melhores condições para a qualidade neste estilo de vinho.
Um belo exemplo de espumante brasileiro são os da produção Maximo Boschi em sua linha Speciale. Feito com uma mescla de 70% de chardonnay com 30% de pinot noir da safra 2011, o brut Tradizionale 2011 (apenas 3.000 garrafas produzidas) é elaborado pelo método tradicional, com segunda fermentação na própria garrafa e 12 meses de contato do vinho com as borras das leveduras. A “fórmula” é razoavelmente comum, mas na taça o resultado é singular. Seu aroma é de frutas secas, maçã e pera, com fermento e biscoito amanteigado. A elegância do perlage (espuma) encanta, com borbulhas finíssimas e nada agressiva, dando a sensação de mousse. A óitma acidez, presente e sem rusticidade, dá a sensação de frescor e chama pelo próximo gole.
Sobre as ocasiões de consumo deste espumante, qualquer momento de um dia ou noite quente, quando se quer sentir aquela sensação de auto-recompensa e frescor.
* Vinhos – bebida alcoólica. Consumo consciente e moderado.
Créditos: Marcel Miwa