A criação do sapato se deu como uma conseqüência natural da necessidade que o homem sentiu em proteger seus pés do incômodo de andar sobre pedras e sujeira ou do perigo de pisar em algum animal peçonhento. Atualmente, é impossível ficar sem os nossos sapatos, principalmente para quem trabalha no mundo corporativo e/ou freqüenta grandes eventos formais. No entanto, não são todos os homens que sabem usar adequadamente os sapatos, e neste post vou te mostrar os tipos de sapato masculino e onde usar. Você sabe a importância deles, não é mesmo? Então vamos aprender melhor para não passar vergonha.
História do sapato
Na Mesopotâmia, região onde hoje é o Iraque, era comum os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. No Antigo Egito, os sapatos eram feitos de palha, papiro ou fibra de palmeira, sendo exclusivos para a nobreza.
Na civilização grega e romana, o sapato também começou a ganhar status de diferenciador social. Os gregos lançaram diversos modelos e chegaram a criar os primeiros calçados especializados para cada pé, direito e esquerdo. No entanto, é da cultura muçulmana que se origina o conceito de calçados como conhecemos hoje em dia.
A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começaram a acontecer na indústria calçadista, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis. Atualmente algumas marcas de sapato se constituem em símbolos de status social, remetendo novamente às eras egípcia, grega e romana.
Modelos e tipos de sapato masculino
Cada um dos tipos de sapato masculino tem seu nome e especificações, vou explicar aqui para você um pouco sobre cada um!
OXFORD
Este calçado surgiu na Escócia e Irlanda, comumente como Oxford por ter sido adotado pelos alunos da Universidade de Oxford. A característica que define o Oxford são os furos nas abas, para os cadarços, feitos em uma peça de couro que parte da sola do sapato.
É por meio desses furos que podemos diferenciar o Oxford de outros sapatos, já que em outros modelos as perfurações são feitas em peças costuradas no meio do sapato.
Além dos furos, o sapato também possui bico mais alongado e pode ter o acabamento fosco ou envernizado, sendo classificado como o sapato masculino mais sofisticado, recomendado para eventos que exigem maior formalidade e sofisticação.
DERBY
O Derby é muito semelhante ao Oxford, sendo uma derivação deste. Para diferenciá-los, basta observar a aba do sapato. Enquanto no Oxford as abas são costuradas na mesma peça do couro do bico do sapato, no Derby as abas são costuradas por cima de mesma peça de couro que vem do bico do calçado.
É um modelo mais casual em comparação ao mencionado anteriormente, no entanto esse modelo também é social e, portanto, é indicado para se usar com terno e roupas mais sociais.
MONK
O sapato derivado dos calçados usados pelos monges no século XV, por isso o nome, é caracterizado por apresentar uma alça de couro presa por uma fivela de metal em sua lateral. Também há uma versão com duas alças e duas fivelas, chamada double monk straps, que anda em alta nos últimos anos.
Por ser um sapato mais prático, não apresenta tanta elegância como o Oxford ou o Derby. No entanto, também é considerado bem elegante, combinando com roupas sociais mais modernas, a exemplo das calças de alfaiataria.
MOCASSIM
O Mocassim é um modelo mais informal, caracterizado pela costura lateral alta que vai da ponta a lateral do peito do pé, não devendo de forma alguma ser usado com terno. Com calça jeans ou de sarja a composição já fica mais adequada, inclusive para ambientes profissionais.
LOAFER
Diferente dos sapatos anteriores, o Loafer não apresenta cadarço ou fivela. A maioria dos modelos apresenta uma faixa de couro na parte superior do peito do pé, algumas vezes pode ser adornada por uma placa de metal ou até mesmo uma fivela.
Sendo um modelo casual, indicado para compor looks mais informais. Vale ressaltar também que esse modelo se destaca por sua versatilidade, sua flexibilidade e especialmente seu conforto.
DRIVER
Este modelo de sapato tem um diferencial que chama muito a atenção de todos: a sola. Este calçado tem a sola em gomos que dão aderência e conforto na hora de dirigir, daí o nome que lhe foi dado. Indicado para usar somente em ocasiões informais, como um passeio no parque com a família.
SIDE GORE
O Side Gore é um modelo semelhante ao Loafer, diferenciando por apresentar duas tiras de elástico em suas laterais. Este modelo é um clássico e muito confortável, indicado para ocasiões casuais, e podendo ser usado em ocasiões mais sofisticadas.
BROGE
O Brogue é um modelo que muitas pessoas confundem com o Oxford, no entanto, este tipo de sapato é simplesmente qualquer calçado adornado por aqueles furinhos que o deixam com ar retrô. Os furos podem ser feitos no calçado inteiro, o que é chamado de “Full Brogue”, mas existem alguns, por exemplo, que só tem orifícios no bico, uma ornamentação conhecida como “medalhão”.
Por ser uma variação dos sapatos formais, como o Oxford, o Brogue tem um estilo mais casual, porém combinado com um terno ou uma roupa social, ele se destaca, podendo deixar o look com o ar mais vintage também.
DOCK SIDE
O dockside nada mais é que a variável náutica do tradicional mocassim, com o acréscimo de ilhós nas laterais e cadarços, que geralmente são encontrados em couro, que passa por ilhoses nas laterais do sapato, de um lado até o outro. Recomendado para eventos informais e simples.
Estrutura do Sapato Masculino
Além dos tipos de sapato masculino, conheça também a estrutura, ou seja, pelo que é formado!
Cabedal
Parte superior do calçado destinada a cobrir e proteger a parte de cima do pé. Compreende praticamente toda a extensão do sapato, menos a sola. Divide-se em gáspea (parte da frente) e traseiro (parte lateral e de trás do calçado). O cabedal é para o calçado mais ou menos o que a carroceria é para o carro.
Contraforte
Reforço colocado entre o cabedal traseiro e o forro, na região do calcanhar. Se você apalpar com força seu sapato, por trás, vai sentir um semicírculo mais firme que cobre seu calcanhar. Esse é o contraforte.
Couraça
Reforço colocado no bico do sapato e fica escondido sob o material externo do cabedal (couro, lona etc) e o forro.
Gáspea
Parte frontal do cabedal do sapato. Compreende a porção que cobre desde os dedos até o peito do pé (em alguns modelos, é uma peça só com a parte chamada “língua” ou “lingueta”).
Solado
Conjunto de peças que formam a parte inferior do calçado e que se interpõem entre o pé e o solo.
Palmilha de montagem
Lâmina feita geralmente à base de celulose ou couro, do mesmo tamanho da planta da forma. Ela é fixada por cima da sola, e sobre ela é montado o cabedal do sapato.
Alma
Peça delgada posicionada longitudinalmente ao centro da palmilha, que serve para dar firmeza no caminhar e sustentar a planta do pé. Pode ser de aço, madeira, arame ou mesmo de plástico.
Palmilha de acabamento
Material (couro, tecido ou plástico) que recobre o sapato internamente, assentado sobre a palmilha de montagem e a alma.
Sola
Parte externa inferior do solado, que está em contato direto com o chão. Dela depende em grande parte a qualidade e performance do calçado.
Salto
Suporte fixado à sola na região do calcanhar e destinado a dar equilíbrio ao calçado.
Entressola
Camada intermediária colocada entre a palmilha de montagem e a sola.
Vira
Tira colada ou costurada em torno do sapato, sobre a beirada da sola (em geral, do mesmo material), como acabamento.
01- Contraforte 02- Palmilha de Acabamento 03- Forro 04- Lingueta 05- Cadarço 06- Ilhóses 07- Gáspea 08- Biqueira 09- Sola 10- Vira 11- Lateral 12- Salto 13- Traseiro
Dicas de conservação do sapato
Para os sapatos de couros, o recomendado é limpar regularmente seu sapato, principalmente se você usá-lo todos os dias, remova os detritos da superfície da parte superior com uma escova de crina de cavalo.
Após fazer isso, hidrate-o. Se você usa o sapato todos os dias para ir ao trabalho, por exemplo, recomenda-se hidratá-lo a cada quinze dias.
Com o auxílio de um pano de flanela, passe o hidratante de couro sobre o sapato e levemente espalhe para retirar o ressecamento.
Já fiz um texto falando mais detalhadamente como limpar sapatos de couro .
Antigamente, era comum dizerem que devemos engraxar os sapatos para ficarem mais bonitos. O ideal é engraxar os sapatos a cada 6 meses, pois quanto mais graxa usa-se nos sapatos, mais eles tendem a ressecar.
Cuide de seus sapatos, afinal, além de compor um look elegante, demonstra através dele maior seriedade e sofisticação. Vale à pena investir, não é mesmo?
Tipos de sapato masculino e onde usar
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