– Cauê conte um pouco sobre a sua história, como e quando decidiu estudar moda? Como foi seu início de carreira?
Eu não estudei moda na faculdade. Comecei um curso de publicidade e propaganda mas optei por não continuar, por não ter me encontrado dentro da área.
O início da minha carreira e da marca foi bem sútil, comecei confeccionado artesanalmente roupas para mim. Minha vó sabia costurar então eu comprava os tecidos e entregava para ela fazer as peças que eu montava. Com o passar do tempo, as pessoas que gostavam das minhas roupas começaram a me pedir alguns dos produtos. Assim começou a Saint Studio.
– De quais concursos participou? Já desfilou em quais eventos? Há alguma diferença entre desfilar no Brasil ou no exterior?
A Saint Studio ainda é nova, não participou de nenhum desfile até agora.
– Vc tem expectativa para entrar no SPFW?
Eu acredito que sempre existe uma grande expectativa em relação ao SPFW por parte de todas as marcas de moda. Por hora, ainda somos uma empresa pequena, uma marca de slow fashion. Nosso foco agora é atender cada vez melhor o nosso seleto público, estamos em busca de novos tecidos, novos caimentos e novas propostas.
– Sobre a sua marca, quais são os diferenciais? Qual o DNA das suas criações e qual linha criativa você mais se inspira? Qual peça que você criou que foi mais marcante?
Até onde pesquisamos, somos a primeira marca minimalista do Brasil, isso seria um dos nossos grandes diferenciais. A nossa ideia central é criar peças atemporais, que envolvem um design limpo, (clean). Utilizando os melhores materiais que encontramos.
A minha linha criativa é bem extensa. Costumo pesquisar referências a todo momento, seja em uma fotografia, na arquitetura de lugares que visito, no design de uma página de revista e etc. O engraçado é que ultimamente tenho buscado mais referências em disciplinas externas do que na própria moda.
Eu não tenho uma peça preferida, mas com certeza a minha coleção preferida é a de verão 2017, “Summer is boring” (o verão é um tédio), que acabamos de lançar. Esta linha faz uma ironia ao verão, que é considerado pela grande maioria, como a melhor estação do ano, utilizei uma paleta de cores bem invernal, fria e sóbria, uma vez que é nesta época em que as marcas brasileiras abusam das cores, estampas e artifícios.
– Qual dica você pode dar, para os homens se vestirem? Acha que é possível usar itens de passarela no dia-a-dia?
Para os homens se vestirem, a dica que eu dou para a maioria das pessoas que me perguntam é para utilizarem itens básicos, jeans, preto, branco e cinza, não tem como errar. Assim as pessoas estão sempre bem vestidas e não precisam ficar pensando muito em qual roupa vai usar.
Dou essa dica, mas acredito em outra saída também. Para mim, uma grande dica de moda, apesar de clichê, é de não medo de errar, de ser diferente, de inventar moda, enfim, de sair do comum. Hoje vivemos em uma época de diversidades, na minha opinião quanto mais diferente melhor. Por isso, acredito sim que é possível e muito interessante usar itens de passarela no dia-a-dia.
– Qual dica você pode dar para quem quer ser um estilista
Eu daria a mesma dica que dou para todo mundo que quer empreender, independente da área de atuação: trabalhe duro, acorde cedo, dedique-se, espante a preguiça, coloque a mão na massa, tenha atenção aos pequenos detalhes e não desista em qualquer tropeço pois muitos outros virão. Costumo sempre dizer uma frase, que se encaixa muito bem nesse tema: “Capacidade para empreender todo mundo tem, o que a maioria não tem é estômago.”
– Para vc o homem deve ser minimalista?
Não acredito que o homem deva ser minimalista, mas acredito que ser mais básico tem duas importantes vantagens na moda: estar sempre bem vestido e não ter que perder muito tempo pensando no que usar. Digo isso, pois a maioria dos meus clientes gostam de estarem bem vestidos mas não gostam de se preocupar tanto na hora de escolher o melhor look.