Quando o empresário e palestrante de superação e exmodelo, 49 anos, quer descansar e sair de São Paulo, pega o seu parapente e vai voar pelo Brasil, de parapente – um tipo de pára-quedas -, seu esporte favorito. Tudo comum, não fosse por um detalhe: ele perdeu a perna direita em um acidente com seu parapente, em 1995. Após um ano dedicado à recuperação, o modelo voltou a trabalhar e a praticar seu esporte favorito. ” Nunca diga, que não consegue alguma coisa, se você realmente não tentar de verdade”, “ Do limão se faz uma limonada, viver olhando para o lado bom das coisas é sempre melhor!”
Perna em chamas
A tragédia em sua vida aconteceu em setembro de 1995, durante uma competição de parapente em Andradas, no sul de Minas Gerais. Ranimiro não viu o fio de alta tensão na hora de pousar. “Fiquei preso no fio e meu parapente tocou no fio-terra, causando o choque”, lembra o modelo. “Recebi duas descargas de uns 60.000 volts. Só não morri por milagre.” Praticamente toda a descarga elétrica foi direcionada para a perna direita, que chegou a ficar em chamas. O modelo também sofreu queimaduras na coxa esquerda e ferimentos na altura do rim. Após o acidente, ficou três meses sem sair da cama. A saída do quarto até a cozinha de sua casa foi a primeira vitória de uma série. A recuperação exigiu quatro cirurgias para que ele pudesse se recuperar.
Volta às passarelas
A carreira do modelo, nascido em São Paulo, começou em 1986. Depois de passar três anos desfilando e fotografando no Brasil, Ranimiro decolou em vôos internacionais. Entre 1989 e 1995, freqüentou as passarelas de Milão, Paris, Madri e Tóquio, entre outros centros importantes da moda mundial. Desfilou em passarelas apresentando coleções de estilistas consagrados, como Jean-Paul Gaultier, Giorgio Armani, Christian Dior e Kenzo, Valentino, Claude Montana. Sua carreira só foi interrompida com o acidente no parapente, esporte que tinha começado a praticar naquele ano, depois de cinco anos de experiência com asa-delta.
O acidente não foi motivo suficiente para ele deixar a carreira. Em 1998, após três anos longe dos holofotes e da badalação das passarelas, Ranimiro voltou a trabalhar como modelo. Fez uma campanha publicitária da grife M.Officer e apareceu com a prótese da perna direita em outdoors pelas principais cidades do País e em várias revistas semanais. Chegou a participar de vários desfiles da grife. “Um profissional não pode se aposentar depois de uma tragédia”, diz Carlos Mieli, dono da M.Officer. “O mundo da moda tem de servir como exemplo e superar preconceitos que a sociedade tem em relação aos deficientes físicos”, conclui. Ranimiro concorda. “O melhor da campanha é que eu fui chamado como um profissional qualquer”, afirma o modelo. “Não era nada dirigido a deficientes físicos.”
Atualmente casado com Alessandra Ribeiro Secco Lotufo, ele divide seu tempo trabalhando na empresa de multimídia que abriu com sua esposa, Zoom Multimídia, www.zoommultimidia.com.br, tem um filho Bruno Lotufo, cabeleireiro vivendo a Londres, Inglaterra de 26 anos. Ranimiro também superou o medo de voar. Depois de um ano, já se locomovendo com o auxílio de muletas, Ranimiro voltou a praticar parapente. Estava numa área de vôo livre de Brasília, a 90 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, quando quis voar com um amigo. “Foi emocionante, principalmente porque descobri que eu ainda podia praticar o esporte.”
Desde então, Ranimiro não parou mais. Quebrou recorde de distância do Espírito Santo, ao voar os 122 quilômetros que separam as cidades de Vila Valério (ES) e Conceição do Capim (MG), viajou 860 KM com a bicicleta em Santiago de Compostela, Espanha, escalou e decolou do Dedo de Deus em Teresópolis – RJ, entrou numa nuvem de parapente e foi a 4.502m de altitude. Hoje, o empresário vive em São Paulo e chegou a participar de uma competição de rafting, (espécie de corrida em botes infláveis) e parapente pelo Brasil.
ISTOÉ Gente – Luís Edmundo Araújo do Rio de Janeiro
Para falar com o Ranimiro:
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www.ranimiro.com