Beleza importa?

Por Ilana Berenholc…..Dificilmente alguém irá assumir que julga o outro baseando-se na aparência. ”Não se deve julgar um livro pela capa”, diz o provérbio. No entanto, dezenas de pesquisas confirmam que as pessoas que são vistas como mais atraentes conseguem empregos melhores, têm mais chance de serem promovidas, recebem notas maiores, têm maior poder social e, inclusive, têm menos chance de serem condenadas em um tribunal.

Quando questionados se na hora de conseguir um emprego ser atraente era uma vantagem ou desvantagem, a maioria dos gerentes de recrutamento e seleção e executivos de RH entrevistados para uma pesquisa encomendada pela revista Newsweek afirmou que isto é uma vantagem, tanto para mulheres, quanto para homens. E não só para conseguir uma vaga, mas também para avançar na carreira. Para eles, a aparência aparece em terceiro lugar entre as qualidades de um candidato, depois de experiência e autoconfiança, mas antes de formação e senso de humor.

Até que ponto você iria na busca de uma melhor aparência por questões profissionais?

Em uma pesquisa feita pela Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS) com 756 mulheres entre 18 e 64 anos, 13% responderam que considerariam a idéia de submeter-se a uma cirurgia plástica para se sentirem mais confiantes e serem mais competitivas no mercado de trabalho e 3% afirmaram que já se submeteram à cirurgia para aumentarem seu valor percebido no ambiente profissional.

Minha dica hoje: sapato full brogue com camisa xadrez.

O sapato full brogue é usado na Inglaterra com terno! Eu recomendo, fica muito chique e estiloso usar com calça jeans.

 

Foto tirada na Sapataria Cometa do Shopping Iguatemi SP.

Pesquisadores do Wellcome Trust Centre for Neuroimaging da University College, em Londres, descobriram – paradoxalmente fazendo testes em mulheres – que este hormônio pode “tornar a pessoa menos cooperativa e mais egocêntrica”.

A testosterona é secretada pelas mulheres, mas em uma dose muito menor do que pelos homens. Foi para evitar a interferência da secreção natural que este estudo foi realizado em mulheres e não em homens.

O grau de cooperação foi testado em dois grupos de mulheres que receberam doses alternadas de testosterona e placebo.

Ao responderem um questionário-teste, as mulheres tinham que cooperar umas com as outras para encontrar uma resposta comum, em caso de desacordo.

Com isso, os pesquisadores descobriram que quando as doses de testosterona foram administradas a “cooperação foi significativamente reduzida”.

“Altas doses de testosterona foram acompanhadas por um comportamento egoísta”, segundo um comunicado divulgado por ocasião da publicação do estudo na revista britânica Proceedings of the Royal Society B.

Quando uma decisão precisa ser tomada em grupo, é necessário distinguir a cooperação e o interesse próprio: cooperação demais pode até não dar certo, mas ao ser muito egocêntrico, é provável irá ignorar a opinião de uma outra pessoa mais esclarecida, explicou o Dr. Nick Wright, que conduziu o estudo.

“Nosso comportamento parece ser moldados pelos hormônios”, ressaltou Dr Wright. Já sabíamos que um hormônio, a ocitocina, podia tornar a pessoa mais cooperativa.

Com esta experiência, “provamos que a testosterona também afeta nossas decisões e nos torna mais egocêntricos”. Na maior parte do tempo, isso não impede que encontremos a melhor solução, mas, “às vezes, a testosterona pode fazer com que ignoremos o ponto de vista dos outros”, ressaltou Wright.

Fonte: www.exame.abril.com.br

Li essa matéria no facebook e estou postando aqui no blog.
‘Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível’

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
‘invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas
enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado
sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,
constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ‘seres
invisíveis, sem nome’. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’, ou seja, uma
percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão
social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição
de sua vida:

‘Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência’, explica o
pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não
como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP
passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’,
diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma
garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha
caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra
classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns
se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo
pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e
serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num
grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei
o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e
claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de
refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem
barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
‘E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?’ E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar
comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí
eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo
andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na
biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei
em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse
trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O
meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da
cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,
não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a
situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se
aproximando – professor meu – até parava de varrer, porque ele ia passar
por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse
passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito
que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses
homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa
deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são
tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo
nome. São tratados como se fossem uma ‘COISA’.

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