As roupas de Pierre Cardin são consideradas um marco futurista para a moda de alta costura. As peças do estilista fazem muito sucesso, mesmo depois de sua morte. Afinal, seu legado é eterno e sempre será lembrado!
Pierre Cardin é um dos maiores nomes da alta costura, tendo centenas de produtos em seu nome – 900 licenças de produtos, mais precisamente, em quase 150 países! Com certeza, é um homem invejável por todo o seu esforço, fortuna, paciência, criatividade e, acima de tudo, estilo.
Para os admiradores das roupas de Pierre Cardin, não se iludam achando que “foi sorte dele”, pois o estilista trabalhou muito para conquistar a sua marca, a sua identidade. Afinal, Cardin não teve investidores.
“Eu fui um dos primeiros. Minha carreira começou com Christian Dior em 1946, fui empregado dele e começava às 8h da manhã até as 9h da noite. Fui ator, dançarino e tive a chance de conhecer grandes gênios e trabalhar com eles”. Estas foram as palavras do estilista reconhecendo toda ajuda que lhe proporcionaram e demonstrando o seu esforço.
Se você ficou curioso para saber como Pierre Cardin obteve tanto sucesso e reconhecimento, mesmo não tendo alguém patrocinando por isso, continue lendo este post!
A vida de Pierre Cardin
Filho de pais franceses de ascendência italiana, Pietro Cardin, mais conhecido como Pierre, nasceu em 2 de julho de 1922, na cidade de San Biagio di Callalta, próximo à Veneza, na Itália. Cardin foi educado em Saint-Étienne, na França.
Cardin teve um interesse precoce por moda e decidiu, aos oito anos, que queria ser costureiro. Aos quatorze anos, Cardin foi contratado no melhor alfaiate de Saint-Etienne, Chez Bompuis. Com isso, lá ele começou um aprendizado de alfaiate.
Aos 23 anos, Cardin era um profissional totalmente realizado. Nessa idade, Pierre foi conquistar Paris. Lá o jovem mestre passou de ateliê em ateliê, ganhando experiência e adquirindo novos conhecimentos ligados ao mundo da moda.
Foi nessas tentativas que Cardin foi apresentado a Jeanne Paquin e conseguiu um emprego em sua casa parisiense. Após a Segunda Guerra Mundial ele se juntou à casa de moda parisiense de Paquin e lhe ajudou a desenhar os figurinos para o filme de Jean Cocteau, A Bela e a Fera.
Foi por meio dessa ajuda à Paquin que as roupas de Pierre Cardin e o estilo dele começaram a ganhar fama em Paris, chamando atenção de Christian Dior. Não à toa que, em 1946, Dior contratou Cardin.
Ao lado de Dior, viveu intensamente, com muita criatividade e trabalho árduo. Mais tarde, as roupas de Pierre Cardin fizeram tanto sucesso que a Chanel o convidou para ser diretor artístico, mas recusou para investir no próprio negócio. Com isso, tendo treinado e trabalhado para o melhor, Cardin deixou Christian Dior e abriu sua própria empresa em 1950. Assim, a trajetória de Cardin começa e o sucesso também!
As roupas de Pierre Cardin
Pierre Cardin sempre afirmou que as roupas que ele produzia eram “para uma vida que ainda não existe, o mundo de amanhã.” Com essa verdadeira sede pelo futuro, o estilista compôs peças vanguardistas.
Desse modo, o estilista foi pioneiro das coleções exclusivamente masculinas. Além disso, Cardin foi pioneiro nas roupas unisex também! Durante a década de 1960, Cardin ficou conhecido por designs futuristas. Formas geométricas, sobretudo bolhas, viraram uma marca. Cores vibrantes, estampas em relevo, gorros e mangas bufantes representavam a ousadia das roupas de Pierre Cardin.
Em um momento de Guerra Fria, as roupas de Pierre Cardin começaram a ser feitas baseadas em inovações futuristas, principalmente peças ligadas ao universo e à tecnologia.
Em 1957, Cardin apresentou a primeira coleção de modelos de roupas femininas. Sua coleção foi um sucesso estonteante: o corte oblíquo, os tons vivos e os vestidos ajustados agradaram tanto as fashionistas de todas as idades quanto os rigorosos críticos de moda.
No entanto, em 1959, o estilista apresentou uma coleção de roupas disponíveis a preços para todos os segmentos da população. Algo que não agradou nem um pouco os críticos da moda. Desse modo, esse ato chocou o público da moda, e Cardin foi até mesmo riscado das listas da associação parisiense chamada Chambre Syndicale, que na época controlava tudo relacionado à alta moda.
Ainda em 1959, em conjunto à loja de departamentos parisiense Printemps, criou uma coleção feminina na qual os conjuntos com jaqueta de amarrar (la tunique) deram um novo significado à confecção, pois passaram a confeccionar em série. Surgia também o “prêt-à-porter”, ou seja, o pronto para vestir.
Sem dúvidas, um dos diferenciais de Pierre Cardin era a ousadia. Ele não hesitava em apostar em diferentes segmentos, além da indústria fashion.
Cardin além da moda
Nos anos 1970, criou uma vasta gama de produtos, incluindo perucas para homens. Ele se firmou fora da França muito antes de outros nomes da moda, em busca de novos mercados. Além disso, Cardin investiu em hotelaria, perfumaria, etc.
“Eu fiz uma griffe. Griffe em francês quer dizer arranhão, mas eu não queria que fosse só um arranhão, que depois de 15 dias passa. Eu queria que fosse uma marca francesa que verdadeiramente ficasse. E minha marca foi para diversos produtos, como chocolate, hotel, água, sardinha.”
Com isso, o costureiro recebeu muitas críticas porque estava colocando a marca nesses tipos de produto. No entanto, Cardin passou pela Segunda Grande Guerra Mundial e para ele, uma lata de sardinha tem mais valor que um frasco de perfume.
“Escolhi a sardinha. O perfume existe, mas a sardinha é muito mais necessária. Participei da Cruz Vermelha, administração, era fundador, fazia funcionar… Naquela época, às vezes tínhamos que viver com um pedaço de pão, às vezes uma bacia de lichia e um pedaço de pão. Com 18,19 anos, ter que viver com 100 gramas de pão… Passei por condições sociais terríveis, mas isso também me permitiu construir a minha personalidade”.
Dessa maneira, as roupas de Pierre Cardin foram somente o início para a expansão de sua marca. Como mencionado no início do post, atualmente, Cardin possui mais de 900 licenças de produtos em diversos países!
Pierre Cardin era um grandioso homem, mas infelizmente morreu em dezembro de 2020, aos 98 anos. O estilista deixou um legado almejável, uma história inspiradora. Sua luta pela moda e paixão pela moda é admirável, não à toa que uma de suas frases mais marcantes é: “eu não queria que a moda continuasse sendo um privilégio”. Assim, Cardin deixa essa lição de vida para todos nós!
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