O termo slow fashion está ganhando cada vez mais espaço nos debates da moda. É um novo modelo de produção que visa uma produção eco-friendly, ou seja, visa o meio ambiente e a sua preservação.
Comumente somos alienados a comprar cada vez mais, não é mesmo? Seja por meio das propagandas de televisão ou por anúncios nas redes sociais. Diariamente somos bombardeados com novos produtos, novas peças de roupas, novos modelos de sapatos, etc.
Pois bem, esse bombardeamento faz parte da fast fashion, um modelo que visa à rapidez na produção de novas peças que, na maioria das vezes, não apresentam grande durabilidade.
Além disso, este modelo que nada mais é do que a produção acelerada, em massa, de roupas por grandes redes varejistas, tem como fatores a poluição, o trabalho escravo ou mal remunerado, a exploração de animais, o incentivo ao consumo excessivo, etc.
O uso de matérias-primas de origem animal, a produção extensiva de algodão e a utilização em larga escala de insumos derivados dos combustíveis fósseis são outros fatores que provocam impactos avassaladores na natureza. Ou seja, o fast fashion prejudica muito o meio ambiente, não à toa que a indústria de moda é a segunda maior poluidora do mundo.
Assim, tendo em vista estes fatos mencionados, muitos estilistas tem se preocupado com o modelo de produção e estão propondo uma nova moda, mais sustentável e duradoura.
Mas afinal, o que é slow fashion?
O termo foi cunhado pela primeira vez pela autora, ativista de design e professora Kate Fletcher. Ela define slow fashion como baseada na qualidade e não no tempo. Outros pioneiros da slow fashion observam que o movimento incentiva a produção mais lenta, une sustentabilidade com ética e, por fim, convida os consumidores a investir em roupas bem feitas e duradouras.
O movimento trabalha para a criação de uma indústria que beneficie o planeta e todas as pessoas. Em um mundo perfeito, e com sorte algum dia em breve, a moda será simplesmente lenta, com menos poluição e com peças com mais durabilidade.
Assim, em vez de perseguir tendências, as marcas que aderem ao modelo slow fashion em sua produção utilizam estilos duradouros com opções de camadas e criam peças clássicas e versáteis. Isso incentiva os clientes a construir um guarda roupa enxuto e investir em roupas que eles guardam para o resto da vida.
Slow fashion: a tendência das passarelas
Em fevereiro aconteceu a última edição da badaladíssima New York fashion Week e nela foi apresenta uma novidade: a Slow Fashion com tendências Eco-friendly como resposta à atual crise sanitária que o mundo enfrenta.
Não é a primeira vez que estilistas como Stella McCartney e OlsenHaus trazem a sustentabilidade vibrante em suas coleções, mas dessa vez elas elevaram a moda consciente para outro patamar. Assim, tecidos de última geração, como a seda vegana, provaram que a moda de alto luxo pode ser gentil e até benéfica para o meio ambiente.
Eco-friendly
Eco-friendly é um termo em inglês cuja tradução significa “amigável ao meio ambiente”. Em outros termos, eco-friendly se refere a algo que não causa danos socioambientais ou tem impactos reduzidos em comparação a um produto, evento, situação ou postura equivalente.
Adotar o slow fashion é uma postura eco-friendly, pois esse movimento preza pela diversidade, prioriza o local em relação ao global, promove a consciência socioambiental, contribui para a confiança entre produtores e consumidores, pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos, e mantém sua produção entre pequenas e médias escalas.
Moda Vegana
Na esfera da moda, a tendência vegana não é nova, pois nossa camiseta básica de algodão orgânico ou jeans onipresentes, por exemplo, são veganos por não conterem substâncias animais. No entanto, o uso de termos pelas marcas como “vegano” e “livre de crueldade” tem ganhado destaque ao longo dos anos, possivelmente em parte graças aos consumidores conscientes que desejam estender seus princípios veganos a todas as áreas de sua vida, além os alimentos à base de plantas e cosméticos sem animais que eles já podem comprar.
Assim, pensando na moda vegana de modo específico, aderir a essa forma de se vestir significa, basicamente, usar apenas roupas, calçados e acessórios que não empregam qualquer forma de exploração de bichos em seu processo de fabricação.
O veganismo em toda sua expressão parte da filosofia da proteção dos direitos dos animais, mas acaba trazendo ainda mais discussões. Por exemplo, querer saber qual é a origem dos produtos que você compra é o primeiro passo para consumir de modo mais consciente. No universo da moda vegana, essa postura de cuidado também implica em:
- saber que tipo de mão de obra foi utilizada;
- entender os impactos causados à natureza durante a fabricação das peças;
- valorizar os recursos e os produtores locais;
- modificar padrões de consumo, dando preferência à peças mais versáteis e clássicas;
- acompanhar e questionar órgãos e entidades responsáveis pela regulamentação de práticas de produção;
Economia circular e o Slow Fashion
A economia circular é a nova aliada para as indústrias, aos clientes e, acima de tudo, para o meio ambiente. Este economia, de maneira resumida, é um sistema sustentável, reciclável e ecológico, que incorpora técnicas que permitem a reutilização de peças de vestuário e acessórios.
A economia circular prioriza a moda circular também que, bem como o slow fashion, consiste em uma moda sustentável. Desse modo, a moda e a economia circular baseiam-se em cinco pontos principais:
- Design Circular
- Busca por materiais sustentáveis
- Sistema de produção sem desperdícios
- Modelo de distribuição inovador: troca ou leasing.
- Consumo consciente
Como aderir ao slow fashion?
Há diversas maneiras de aderir a uma moda mais sustentável e consciente, começando a comprar peças com mais durabilidade, consumir menos e quando consumir, procure algo vegano e ecológico. Além disso, dentre outras maneiras de aderir ao slow fashion, pode-se citar:
- Evite os tecidos de fibras plásticas
- Cuide da durabilidade das suas peças
- Aposte na reutilização
- Faça escolhas de moda conscientes
- Priorize marcas responsáveis e locais
- Invista nos brechós
- Dê o descarte adequado às suas roupas
Agora que você já sabe o conceito e como aderir ao slow fashion, que tal aplicá-lo em seu dia a dia? Se você, como eu, é um homem de sucesso, vai considerar de onde vieram suas roupas e o que elas representam. Então, invista no slow fashion e na moda vegana! Por um mundo mais ecológico e sustentável!
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